Por Lais Abreu,
A novela Terra e Paixão estreou na Rede Globo, nesta segunda, dia 8/5 e trouxe com ela vários debates necessários. A produção de Walcyr Carrasco, conta com um forte elenco: Barbara Reis, Cauã Reymond, Johnny Massaro nos papéis principais e uma dupla de vilões com Tony Ramos e Glória Pires.
Os primeiros minutos da trama levaram os espectadores à loucura com o enredo, a mocinha chamada Aline e interpretada por Bárbara Reis, é uma mulher jovem, forte, batalhadora e corajosa, que vê seu marido morrer após um conflito por terras. Sim, o cenário é agro. A luta de uma mulher viúva e com um filho pequeno contra uma família repleta de ambição. Tudo isso irá prender o telespectador por alguns meses, mas o que cabe a nós aqui do Pluris, é a forma que a emissora inclui o agronegócio em suas produções.
Com a abertura totalmente favorável ao agronegócio, mostrando os atores e imagens de máquinas, terras, e plantações, ao som de “Sinônimos” na voz de Ana Castela e Chitãozinho & Xororó, a novela promete grandes repercussões. Cabe a nós, como sociedade, interpretar o que está por vir da melhor forma, afinal embora seja uma ficção, é de responsabilidade da empresa jornalística manter uma postura ética e verdadeira, diante dos problemas ambientais que essa indústria traz ao país. Aguardemos os próximos capítulos.
Embora a novela retrate e critique a concentração de terras nas mãos dos grandes proprietários, ela também vende a imagem moderna e positiva do sistema. Como previsível, a personagem principal aprenderá a plantar e a lidar com as máquinas e com o mercado de agronegócio. Segundo a Rede Globo: “Uma jornada de esperança e luta, com personagens e histórias profundas, tão enraizados quanto as belas e grandiosas plantações do Mato Grosso do Sul.”.
Outro ponto importante para o primeiro capítulo, foi o excesso de vezes que o elenco disse “terra vermelha”, característica que fez a personagem Aline se encantar e decidir ficar de vez na terra do ex-marido. Mais uma forma de parecer orgânico, mas que no fundo é apenas a mídia do “Agro é pop, Agro é Tech, Agro é Tudo” tentando impor a romantização desse cenário.
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