Por Laís Abreu,
No dia 19 de setembro, a internet foi surpreendida por uma notícia: a atriz Claudia Raia revelou, por meio de seu Instagram em um vídeo no reels, que estava grávida aos 55 anos. Com dois filhos adultos, ela já havia entrado na menopausa, mas sonhava em dar à luz a uma criança advinda de seu relacionamento com Jarbas de Mello, com quem se casou em 2018.
A notícia - e as críticas, costumeiramente maliciosas - se espalharam rapidamente. No jornalismo, não foi diferente. O Jornal Folha de S.Paulo, por meio da coluna “Colo de Mãe” escrita por Cristiane Gercina, teve a audácia de publicar uma matéria com a manchete “A gravidez de Claudia Raia e o desserviço a quem tenta engravidar”. Com uma chamada no perfil do jornal no Instagram, artistas como Tatá Werneck e Sasha Meneghel deixaram sua indignação nos comentários do post.
Uma matéria invasiva e etarista, que questionava a omissão de Claudia, ao optar por não anunciar que tinha feito fertilização in vitro, um procedimento feito em laboratório, em uma idade considerada avançada para a reprodução. Diante de um jornalismo como esse, observamos que mulheres são massacradas todos os dias e, de diferentes formas, somos cobradas por simplesmente existir e enquanto o próprio jornalismo brasileiro fomentar esse ódio nada irá mudar.
Com tantas pautas importantes, tantas coisas boas a se noticiar e falar sobre a gestação de uma mulher, cobrar um posicionamento sobre o método de gravidez, que não foi escondido em momento algum, considerando que em entrevistas de 2020 e 2021 o casal sempre relatou a vontade de serem pais e também sobre o congelamento de óvulos, demonstra que há muito a melhorar.
Em pleno século XXI, nas vésperas de uma eleição importante e decisiva no país, um dos principais veículos de comunicação dá espaço para uma mulher criticar a outra, sendo pior ainda uma mãe criticar uma gestante, isso sim é um desserviço. Uma opinião que não deveria ter ido pro ar, que fez leitores questionarem a ausência de um editor chefe no jornal Folha diante de palavras totalmente desnecessárias.
São por pautas assim, que devemos lutar contra esse tipo de jornalismo, as consequências dessas publicações são sempre enormes, perdem não só as mães, mulheres, mas também, nós, os próprios jornalistas.
Excelente texto! Parabéns Laís!
ResponderExcluirMuito bom Laís! Parabéns!
ResponderExcluirParabéns Laís!
ResponderExcluirComo sempre sensível e sensata nas palavras.
Muito bem Laís , parabéns pelo belíssimo texto !
ResponderExcluirParabéns Lais! Como sempre vc arrasa nos textos.
ResponderExcluirMuito bom! Parabéns Laís!!!
ResponderExcluirParabéns Laís! 👏🏻👏🏻👏🏻
ResponderExcluirExcelente comentário, até quando esse jornalismo perdurará?!?
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