segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Quando o jornalismo não serve ao interesse público

Ana Laura Corrêa            

(Foto: Divulgação/Prefeitura de Divinópolis)

 
A edição de 8 de dezembro, terça-feira, do jornal Agora de Divinópolis trouxe a denúncia de um possível crime contra a saúde pública. O trecho está reproduzido na imagem abaixo.



O fato em questão, segundo advogados (veja neste link: https://migalhas.uol.com.br/quentes/322222/advogados-elencam-condutas-consideradas-criminosas-durante-pandemia-de-coronavirus), pode ser considerado uma conduta criminosa durante a pandemia de coronavírus.

Apesar disso, a denúncia ficou restrita a uma coluna de opinião, da editora-chefe do jornal.

Embora não seja uma notícia propriamente dita, chama a atenção a ausência de nomes ‒ um dos princípios básicos do jornalismo, o primeiro item do lead: quem. Quem são os envolvidos? Qual a família? Qual a empresa com funcionários infectados? Afinal, com a falta de restrições ao funcionamento do comércio em Divinópolis, muitos consumidores seguem indo às compras e talvez tendo contato com pessoas infectadas, que deveriam estar em casa, em quarentena.

Diante disso, fica o questionamento: a quem serve o jornalismo? Afinal, qual a intenção do encobrimento do nome da família dos envolvidos? Da empresa em questão?
Por que não se desenvolveu uma reportagem sobre o caso, dando nome aos bois, ouvindo advogados e Secretaria de Saúde? As condutas criminosas não serão investigadas?

Enquanto isso, os números da pandemia crescem a cada dia na cidade, graças ao silenciamento sobre situações que comprometem a cidade inteira.

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